19 de fev. de 2009

Texto enviado para o jornal Zero Hora em janeiro de 2008.
Um acontecimento que marcou aquele verão e me fez escrever "enlouquecidamente" pra amenizar o sentimento de raiva.
Passada a indignação, damos risadas com a cicatriz do "dedinho" e continuamos pedindo por mais educação e solidariedade humana.


DOIS PONTOS A MENOS

Quem não gosta de um final de semana na casa de praia dos avós em seus plenos seis anos de idade? Sair mais cedo e ainda pegar um pôr-do-sol na beira da famosa e "refinada" praia de Atlântida ainda numa sexta-feira. Mas toda essa poesia não combina mais com grande parte dessa praia. Foi nesse dia e local que a "imbecilidade humana" da atualidade mostrou sua cara num "belo" exemplo.

O belo exemplo resolveu cruzar pelo lindo pôr-do-sol que nossa filha e seu avô curtiam na beira da praia. Inoscentemente catando conchinhas, nossa filha Laura foi atropelada pela "imbecilidade humana" que andava de bicicleta. Adoro bicicletas. E não tenho nada contra o uso desse espaço para tal. Muito já fizemos isso na infância e também adultos. O que não podemos admitir nessa cena é que a "imbecilidade humana", dessa vez montada numa "Caloi", passe por cima de uma criança de seis anos, diga que não é hora de criança estar na praia e ainda sequer se manifeste para prestar um segundo de socorro ou solidariedade.

Acidentes acontecem. Falta de atenção acontece. Atropelar um siri já é digno de pena. E tenho certeza que se isso acontecesse, minha filha faria que levássemos o bichano para cuidar em casa sob o olhar atento de sua solidariedade.

Não estou sendo elitista ou dizendo que não quero dividir um tradicional e belo espaço que veraneio há mais de 20 anos. Misturo esses dois assuntos, porque venho me decepcionando com essa tal "imbecilidade humana" nos últimos verões e finais de semana. E como se não bastasse, chegamos na praia tarde na noite de sexta-feira e encontramos nossa filha desesperada com dois pontos no pé. Sabemos que existem imbecilidades infinitamente maiores acontecendo na humanidade. Mas um arranhão que seja que um estranho faça na sua filha, sem pedir desculpas sinceras ou prestar solidariedade, faz esses dois pontos contarem muitos pontos.

Nem tomamos conhecimento do nome da tal "imbecilidade humana" montada numa Caloi. Mas temos a certeza que ela perdeu amigos sinceros que ainda prezam pela solidariedade e o respeito. Poderia ter feito novos amigos, mesmo que a inoscente Laura tivesse feito cinco, dez, quinze pontos. Mas preferiu acusar a socorrer. Fugir a contornar. Que a imbecilidade humana não nos vença. E que os dois pontinhos feitos no hospital de Capão fiquem na lembrança como um acontecimento de verão, entre tantos outros que virão po aí.


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