9 de mar. de 2011

DEIXEM AS CORUJAS EM PAZ


Hoje, um amigo fez um comentário muito verdadeiro sobre o final dos nossos verões. Não sobre a estação, que ainda tem um tempinho, mas sobre o nosso "veraneio". Ele acaba. De uma hora para outra as ruas e a beira da praia ficam vazias. Toca a última marchinha de carnaval no salão, a ressaca nem foi curada, e as malas já estão prontas.

É tempo dos "cuscos" de praia voltarem a reinar. Voltam a dormir tranquilos bem no meio da rua, sem os "pagodes" e as "dance music" atrapalhando seus sonos. É tempo de fechar tudo, ensacar, ligar o alarme, passar muito grafite nas bicicletas, limpar e desligar a geladeira.

Um fenômeno. Uma sensação de que tudo foi feito pra durar alguns meses. Que tudo foi construído, assim, meia-boca, pra não gastar muito e pra dar muito lucro. Acho que todos concordam que não é só uma sensação. Eram só fachadas bonitas, luminosos provisórios, placas e faixas rapidamente pintadas dias antes de iniciar o verão.

Desculpem a brincadeira, mas parece até que alguém anunciou um "tsunami" lá em Torres. E todo mundo saiu em debandada, do litoral norte ao litoral sul, voando as tranças e fugindo de uma onda gigante. Alguns, mais descompromissados, ficam, como naqueles dias que a chuva ataca repentinamente na beira da praia - esperançosos e espremidos debaixo do guarda-sol. Talvez aposentados? Moradores locais?

É tempo de Garota Verão. Se a representante do verão foi escolhida é porque acabou o verão. Mas porque mesmo ela é escolhida nos últimos dias de verão? Não deveria ser no início? Beldade escolhida, chegou a hora de enrolar a bandeira da torcida e ir cada um pra sua cidade. Que durmam as corujas e os cuscos em paz.

Feliz outono.

*Esse texto já foi publicado no ano passado. Mas gosto tanto dele que volto a publicar neste "início de ano".

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