27 de fev. de 2009




ARRUMA AS MALAS E CHAMA A AMBULÂNCIA!

Laura nasceu aos 28 dias de janeiro. Aquariana como seu avô Clécio. Era 2002 e já se passavam dois anos do novo século. Os nove meses que antecederam essa data marcaram uma gravidez saudável e de muita expectativa.

Era domingo. Dia quente e ensolarado de praia. Os nove meses estavam quase completos. O "barrigão" tava liberado para pegar uma praia. Dr. Oscar havia liberado, pois os cálculos - aqueles de "tantas" semanas que nunca entendi - previam o rebento apenas para a segunda metade de Fevereiro. Liberado. Malas e freeway na sexta-feira. Um final de semana típico de verão. Praia cheia, sol e amigos.

Tudo tranquilo. Um domingo de "almojanta" lá pelas quatro da tarde. Dia de freeway para pegar no batente na segunda. Casa cheia e final de semana bem aproveitado. Com banho de mar e tudo, o "barrigão" tava cansado. Enquanto todos conversam na sala, Letícia resolveu tomar um banho pra relaxar do calor.

É aí que começa a parte mais movimentada daquele domingo. Vejo um pequeno ti-ti-ti na porta do banheiro. Mulheres com olhos arregalados num misto de tensão e sorrisos. Os sorrisos certamente eram de quem já havia tido filhos. Alguém chega na sala e diz em alto e bom som: - a Letícia fez "xixi na calças". O xixi era Laura avisando: - estou chegando gente! A bolsa havia rompido junto com qualquer privacidade que o momento merecesse.

Correria. Malas prontas em minutos. Médico ao telefone dizendo a única palavra que não nos deixa calmos: calma! Laura deveria nascer no Hospital Moinhos de Vento, cercada de tecnologia e médicos que acompanharam toda a gravidez.

As malas, como num passe se mágica, já estavam no carro. Feitas como malas de novela. Joga tudo dentro e zip. E os amigos? Todos na porta do banheiro. Privacidade zero. Dava até pra imaginar alguém perguntando: - vai ser de cócoras? Dentro da banheira? Querem ajuda? Não pensei duas vezes e já tava com o cinto de segurança do carro colocado, motor ligado e pé no fundo do acelerador. E, poeticamente, a "água da vida", molhando o banco do carro, que não era de couro.

Todos sabem o que acontece num final de domingo na praia? Estrada cheia. Todos voltando para Porto Alegre. Talvez a população da estrada aumentasse, ali, naquele carro em alta velocidade. Laura não estava causando dores e a cena não era de gritos daquelas grávidas de novela. Diga-se de passagem, Letícia foi impecavelmente discreta e corajosa. Eu estava beeeem mais nervoso. Tão nervoso, que já havia agendado com a CONCEPA (concessionária dessa rodovia) uma ambulância assim que chegássemos no primeiro pedágio.

Letícia não queria. Mas eu, que quase tava tendo um filho, nem respeitei a opinião de uma quase ex-gestante. Tava lá a ambulância. Não era assim uma ambulââância, mas tinha sirene, enfermeiro e kit parto. E não tinha ar-condicionado. Chovia muito e a ambulância abria caminho pelo estrada lotada. Por sinal, um dos motivos que me fez pedir a viatura com sirene e luzes piscantes, foi a ignorância dos motoristas que não davam passagem. Nem mesmo quando dava sinal de luz com pisca alerta ligado. Num mundo de espertinhos no trânsito, eu poderia ser mais um, apenas querendo chegar mais rápido em casa.

Passados alguns quilômetros, a pequena ambulância muda o percurso e sai da freeway. Pensei comigo: o enfermeiro tá querendo ser notícia na Zero Hora de segunda-feira. Vai nascer em Glorinha, placa que indicava a mudança de percurso. Nesse momento, quase nasce um coração pela minha boca. Com a voz embargada, faço a pergunta: porquê parou? Parou porquê? Da janelinha que dá acesso a cabine do motorista, ouço a resposta: - vamos ter que trocar de ambulância. Não podemos passar desse ponto da estrada com essa "viatura". Ela deve voltar para o seu ponto fixo. Vamos trocar para uma UTI móvel.

Foi uma troca e tanto. De um parto de Kombi para um parto de Mercedes. Até médico e ar-condicionado tinha. O coração palpita bem menos e não resolve mais roubar a cena de Laura, a verdadeira protagonista dessa "road-novela". Esse segundo trecho da estrada foi rápido. Um médico ao seu lado sempre passa segurança e acalma. Do lado da Letícia e da Laura, é claro.

Seguimos o finalzinho da estrada. O domingo de estrada cheia seria inesquecível. Laura estava calminha e Letícia também. A ambulância bacana sai da freeway em direção ao Hospital Moinhos de Vento. Daí em diante, Laura e Letícia estavam se sentindo em casa. E por falar em casa, alguém precisa buscar as roupas das meninas. Não havia mala de roupas nem pra mãe, nem pra filha. Mas, dos males o menor. Pegaram tudo, menos as minúsculas meias. Mais motivo pra beijar muuuito aqueles pés que parecem de brinquedo.

Laura foi nascer na manhã do outro dia. Com a benção da saúde e do amor dos pais, avós, tios, prima e amigos. E pensar que um dia antes, o "barrigão" tava mergulhando, lépido e faceiro, no mar de Atlântida.

Com todo esse roteiro, a última cena da "road-novela" bem que poderia ser assim: câmera fecha na pulseirinha da menina mais linda do berçário e revela o mais novo e fresquinho nome de Laura: "Glorinha Freeway". Uma futura chacrete.

Amo vocês, chacretes da minha vida.







UM VIZINHO EXEMPLAR

Também fomos para Quatro Ilhas, 
entre Bombinhas e Mariscal.
Por lá, a natureza e seus veranistas
ainda parecem ser respeitados. 

Logo ali, ao lado do Mariscal, a praia de Quatro Ilhas dá um excelente exemplo. A praia, que antes era um tanto quanto selvagem e descuidada, hoje mostra sinais de civilidade e cuidados para os veranistas e turistas. É claro que dá pra ver que tem a iniciativa privada patrocinando essas benfeitorias. Que mal tem? Olha só que lindas as passarelas para o mar, Atlântida! Olha só que lixos bem localizados, Xangri-lá! Parabéns. Por aqui o SOS passa longe.


26 de fev. de 2009






SOS SANTA CATARINA

Não. Não é uma campanha para 
ajudar os desabrigados das chuvas 
de Santa Catarina. É pra salvar as praias, 
que aos poucos, estão deixando 
de ser lugares limpos e paradisíacos. 
Estão virando depósito de lixo de 
frequentadores mal educados. 

Chocado com o descaso, passei boa 
parte da minha caminhada na beira da 
praia de Mariscal fotografando as 
assustadoras monstruosidades deixadas por lá. 
Lixo, lixo e mais lixo. Essas praias 
maravilhosas e belas não merecem tanta 
falta de educação. E pedem socorro urgente, 
antes que piore.



Pra não dizer que somos críticos demais, aí vão, com muito esforço, os "Top Dez" do verão em Atlântida/Xangri-lá/Capão da Canoa. Vale lembrar que é uma seleção pessoal de tudo que nos chamou a atenção nesses poucos dias de verão que passamos por essa região do nosso litoral.


- PIMENTÃO GIGANTE DO CASA HERMOSA 
NA ESTRADA DO MAR
Em se tratando de mídia na Estrada do Mar, certamente a mais inovadora dos últimos tempos.

- - BISTRÔ
Um lugar descompromissado, excelentes comidinhas bem picantes. No ano que vem poderia estar no lugar de outros restaurantes a beira-mar.

- ESPAÇO AMBIENTA
Não fomos, mas ouvimos falar muito bem. As milhares de velas já conquistam o voto. Ponto negativo apenas para a "profunda" escuridão do estacionamento no gramado ao lado. Quem sabe umas "tochas" por ali no ano que vêm? Deu medo.

- CANTEIROS CENTRAIS DA AVENIDA CENTRAL
Pela primeira vez, chegamos em Atlântida e a novidade estava ali, nos canteiros centrais e suas passarelas calçadas em zig-zag. Palmas, palmas!! Que em 2010 chegue até a Paraguassú e contamine a praça.

- CAFÉ ATLÂNTIDA
Mesmo com inauguração quase no meio do verão, o investimento foi grande e de bom gosto. Também não tivemos a oportunidade de entrar e curtir, mas vale o voto pelo bom gosto e pelo fim daquele local abandonado durante anos.

- FLORICULTURA CHARMOSA QUE NÃO LEMBRO O NOME
Floricultura que fica cada anos mais charmosa numa casinha antiga ao lado da LIAMAR. Não sei se é uma boa floricultura, mas que embeleza a rua, embeleza. Já vou lembrar e citar o nome.

- MEDIA LUNA CAFÉ
Já deve ser o seu terceiro ou quarto ano ali naquele local. Pede um lugar melhor. Se fosse do outro lado, mais para o lado da praça... Mas esse ano foi providenciado um ótimo toldo que protege do vento e não apaga as charmosas velas nem esfria o café e a media luna.

- MOSTRA CASA&CIA NO PACIFIC
E não é porque é no "NOSSO" Pacific não. É porque foi novidade para o verão mesmo. Uma excelente ideia que deveria se repetir em todos os verões. Com tantos condomínios sendo lançados, tem muita casa pra decorar . Valeu como ideia. Deixou um pouco a desejar em seus primeiros ambientes decorados. Os últimos nos deram um suspiro de alívio. Mas sempre tiramos uma ideia daqui, outra dali. Isso é que vale. Ah! o ingresso baratíssimo também ganhou muuuuitos pontos. Apenas R$ 5,00.

- MUTIRÃO DE LIMPEZA E CONSCIENTIZAÇÃO ECOLÓGICA NO ENCERRAMENTO DO VILLA DEL MAR
Não precisamos falar muita coisa. Usou, sujou, limpou. Show!

- LOJA HSC DAS HAVAIANAS NO CENTRINHO
Poderia ser mais verão, mais charmosa, mais tropical. Produtos muitos bons "jogadinhos" numa loja escura e pouco verão. Adoramos a filial da Padre Chagas por lá, mas poderia ter mais charme. Quem sabe em 2010?


Menções Honrosas para:

- A loja VIVACE com móveis no Normelio Brill no centrinho.

- Temakeria no Centrinho. (ficou meio perdida naquela esquina)

- Point Gastrô da Av. Central. (Régis, A Lenha, Fornelone, Ambienta)

- Loja Brava Forma.

- Bistrô do Mar. (na Paraguassú, em Xangri-lá, depois do Shopping)

- Loja de roupas diferentes para crianças no Shopping de Xangri-lá.

- Nova rótula de entrada na estrada do Mar.

- Loja feita com Container na Paraguassú, também no entorno do Shopping.

- Prancha para remar em pé. (não lembro o nome correto)

- Una e Jimbaram.

- O minuto de barulho em homenagem ao criador do Planeta Atlântida, Pedro Sirotsky.

- A descoberta de pequenos hotéis e pousadas para o lado de Capão da Canoa.

- A exuberante SCA da Paraguassú.

- O restaurante Wok da Casa&Cia.

- A iluminação de Natal da charmosa praça, em frente a igreja, em Xangri-lá.

- O caminhão de Totosinho. (quase Top Dez)

- A Sálvia Pizza no Shopping de Capão.

- O exemplo das calçadas e ruas do Caburé. 

- O arco-íris no dia da visita a Mostra.




PAI. FALTA MUITO?
SIM FILHA. FALTAM 3 ANOS.

Por mais que o nosso sonho de uma casinha na praia esteja a caminho, ainda amamos o estado vizinho. E vamos continuar pisando em solo catarinense - ou águas da costa esmeralda - por muitas vezes. São os melhores banhos de mar que já tomamos.

Mas nem tudo são flores. Há muito pó na estrada e desleixo com quem precisa cruzar o caminho da BR-101. Falta muito pra ser um caminho agradável para se chegar nas férias. Falta muito para não se passar nove horas ou mais numa estrada inacabada. Em alguns lugares, não deveríamos sequer chamar de estrada. Há perigo por todos os lados. Uma estrada como essa é complexa e demorada. É sim. Mas já passa dos seus limites começando atrasada, antes mesmo de iniciarem as obras. Já era para estar pronta. Já era pra ser uma estrada importante.

E não falo só por mim, que estou a passear com a família. São milhares de trabalhadores, moradores e cidades que sofrem com essas obras intermináveis há anos. O pó e a lama batem nas portas de suas casas diariamente. Em alguns locais, pouco se vê a evolução e muito se vê o abandono e o descaso. É nítida a diferença de cuidados entre as construtoras responsáveis.

Enquanto isso, esperamos muitas promoções de passagens da Gol pra levar meia horinha até esse paraíso encantado de Santa Catarina. Só temos que cuidar os malditos jogos do Avaí, que nos fazem lembrar os engarrafamentos da 101. Duplicação já para a saída do Aeroporto!!! - ou - Avaí caindo pra segundona!!!

Que todos os santos nos protejam. E só quero um dia passar pela BR-101 e dizer: - perdemos dias e dias de nossas férias nessa estrada. Hoje vamos tranquilos, olhando a paisagem e rezando menos para chegar. Certamente já estaremos passando parte desses verões no Pacific.

Esperamos que a Báril não faça o mesmo que essas construtoras licitadas para a BR-101. Elas não tem a menor vergonha de ainda exibir seus nomes nas placas de estrada.

Que venha 2010 com uma BR mais perto do fim. Ou mais perto de um novo começo. 


20 de fev. de 2009


ARRASTA A SANDÁLIA. ARRASTA ATÉ GASTAR.

Dizem que ela voltou americanizada, européia, oriental...Nos pés de pessoas mais humildes elas eram comuns. Não tinham cheiro e nem soltavam as tiras. É claro que já dá pra saber do que estou falando. Delas, que tem uma história de vida fantástica: as Havaianas. As legítimas.

Bicolores, com grafismos, com salto, cravejadas de ouro ou diamantes, elas viraram um case de marketing. Saíram dos pés calejados de trabalhadores, para conquistar pés com calos bem mais tratadinhos e exigentes. A sua simplicidade passou a atingir diversos públicos. E pensar que, houve um tempo, ela era usada como ferramenta funcionalíssima para deixar os rejuntes de azulejos perfeitinhos. Muito vi pedreiros tendo a velha havaianas, que já estava "meia-sola", virar ferramenta de trabalho.

Não vou contar aqui o que todos sabem sobre a vida dela, desde os balaios de mercadinho, até a loja nos Jardins e o sucesso mundial. Resolvi falar nela porque é sinônimo de praia. E pensar que já a deixamos de lado pra usar aqueles chinelões pesados e espessos da West Coast. Vai dizer que não usou um? Foi febre de muitos verões. Diga-se de passagem, uma havaianas simples e tradicional é um luxo perto daqueles 3 cm de chinelão. E até as gatinhas usavam.

Passou. Mas a moda é assim. E as Havaianas ultrapassaram a moda. Estão nos verões do mundo inteiro e até já viraram "havies" em lugares como a Austrália. Por aqui, já são orgulho nacional, símbolo tropical e obrigação no seus armários da cidade e da praia.

Porquê mesmo resolvi escrever sobre as Havaianas? Porque se tem uma coisa que vamos usar no Pacific a partir de 2010, essa coisa é um bom par delas. Por enquanto, temos uma 29/30, uma 35/36 e outra 42/43. Gastaremos muita borracha por lá. Quem sabe a Báril não lança uma temática numa festa de entrega de chaves. Tô até vendo aquele flamingo do logotipo estampado numa legítima. Salta uma 42/43, 35, 29.......Uma ótima lembrança.

Enquanto o Pacific não está permitindo umas arrastadas de chinelo, enfeite, borde, pinte e não vá pra avenida ou salão sem as suas legítimas. Mesmo que que seja só pra fazer um charme antes de subir na plataforma pra sambar.

Bom Carnaval pra todos.


19 de fev. de 2009

Texto enviado para o jornal Zero Hora em janeiro de 2008.
Um acontecimento que marcou aquele verão e me fez escrever "enlouquecidamente" pra amenizar o sentimento de raiva.
Passada a indignação, damos risadas com a cicatriz do "dedinho" e continuamos pedindo por mais educação e solidariedade humana.


DOIS PONTOS A MENOS

Quem não gosta de um final de semana na casa de praia dos avós em seus plenos seis anos de idade? Sair mais cedo e ainda pegar um pôr-do-sol na beira da famosa e "refinada" praia de Atlântida ainda numa sexta-feira. Mas toda essa poesia não combina mais com grande parte dessa praia. Foi nesse dia e local que a "imbecilidade humana" da atualidade mostrou sua cara num "belo" exemplo.

O belo exemplo resolveu cruzar pelo lindo pôr-do-sol que nossa filha e seu avô curtiam na beira da praia. Inoscentemente catando conchinhas, nossa filha Laura foi atropelada pela "imbecilidade humana" que andava de bicicleta. Adoro bicicletas. E não tenho nada contra o uso desse espaço para tal. Muito já fizemos isso na infância e também adultos. O que não podemos admitir nessa cena é que a "imbecilidade humana", dessa vez montada numa "Caloi", passe por cima de uma criança de seis anos, diga que não é hora de criança estar na praia e ainda sequer se manifeste para prestar um segundo de socorro ou solidariedade.

Acidentes acontecem. Falta de atenção acontece. Atropelar um siri já é digno de pena. E tenho certeza que se isso acontecesse, minha filha faria que levássemos o bichano para cuidar em casa sob o olhar atento de sua solidariedade.

Não estou sendo elitista ou dizendo que não quero dividir um tradicional e belo espaço que veraneio há mais de 20 anos. Misturo esses dois assuntos, porque venho me decepcionando com essa tal "imbecilidade humana" nos últimos verões e finais de semana. E como se não bastasse, chegamos na praia tarde na noite de sexta-feira e encontramos nossa filha desesperada com dois pontos no pé. Sabemos que existem imbecilidades infinitamente maiores acontecendo na humanidade. Mas um arranhão que seja que um estranho faça na sua filha, sem pedir desculpas sinceras ou prestar solidariedade, faz esses dois pontos contarem muitos pontos.

Nem tomamos conhecimento do nome da tal "imbecilidade humana" montada numa Caloi. Mas temos a certeza que ela perdeu amigos sinceros que ainda prezam pela solidariedade e o respeito. Poderia ter feito novos amigos, mesmo que a inoscente Laura tivesse feito cinco, dez, quinze pontos. Mas preferiu acusar a socorrer. Fugir a contornar. Que a imbecilidade humana não nos vença. E que os dois pontinhos feitos no hospital de Capão fiquem na lembrança como um acontecimento de verão, entre tantos outros que virão po aí.


18 de fev. de 2009


BOAS PEDIDAS PARA O WOK

Guardei uma matéria que saiu no 
Caderno Gastronomia da ZH. 
Falava sobre alguns pratos do Wok. 
Boas pedidas para o jantarzinho.




NÃO É SÓ PRA OLHAR. É PRA COMER.

Ufa! Dessa vez a surpresa da
caixa de correio foi
um jantarzinho no Wok.

Sei que nos precipitamos em pagar os baratíssimos cinco Reais para visitar a Mostra Casa&Cia bem no comecinho, mas já tava achando que não ia "rolar" aquela cortesia para os futuros moradores. Chegou. Com atraso, para o último final de semana pós-carnaval, mas chegou. Prometo que vou dar para uma família amiga e, quem sabe, futura compradora de um "sobradinho". Os ingressos pagos já estavam guardados pro álbum de recordação.

Quanto ao jantar. Ótimo presente da Báril. Vamos tentar agendar, apesar de estarmos por lá somente no último final de semana da Mostra.

Bom jantar aos vizinhos.



16 de fev. de 2009


SAUDADES DOS VERÕES DE DUAS PISTAS

A impressão que tenho é que os verões eram mais longos. Época em que a freeway só tinha duas pistas. Hoje temos 3 de cada lado e toda população de Porto Alegre querendo tomar um banho de mar no final de semana. As três pistas continuam sendo insuficientes, e os verões, agora só nos finais de semana, perderam o seu charme.

Saudosismo? Mais idade? Os verões das "duas pistas" tinham um sabor de "vagabundagem adolescente". Sabor de férias de dois, três meses. A população cresceu e a praia não. A "danceteria" da avenida Central não é mais o lugar que toda praia "adolescente vagabunda" se encontrava e cabia. Era época de Engenheiros do Havaí tocando no tabladinho, bem no início da carreira.

Aproveitando esse papo "quarentão", é nesses tais veraneios de finais de semana, que vejo aqueles amigos de outros verões. Estamos barrigudinhos e a maioria com filhos - o diminutivo é porque a minha não está tããão grande assim. O tempo passa, o tempo voa, cria barriga e faz perder cabelo, e a poupança Bamerindus nem existe mais.

Esse "tempo que passa", também faz a gente ficar mais contido e sem jeito. Deveria ser ao contrário. Num desses finais de semana na praia, vi alguns "ex-vagabundos-adolescentes-amigos" passando na frente do meu guarda-sol. A camada de ozônio contribui para que a gente fique um tanto quanto, disfarçado, na beira da praia. Boné cravado e óculos escuros. E um "corpitcho" que não é mais o mesmo. Belo disfarce. Ninguém te vê e você só fica vendo o tempo passar.

Porque não chamar aquele casal que você viu dar o primeiro beijo naqueles verões, passando, ali, aos seus pés? Será que o tempo faz a gente ficar mais recolhido? Ou será que é o medo de ver uma espécie de espelho, com a mesma barriga e o pouco cabelo?

Eram verões que não nos faziam pensar na segunda-feira. Verões que ficavam a espera do Carnaval. Aí sim era hora de começar a pensar que já tava acabando. Talvez uma "prorrogação" na Páscoa ou num próximo feriadão. Era época de concentração dos blocos e de montar o nome e o "estandarte". Aquelas voltas no salão pegando na cintura das meninas. Mais uma voltinha pra dar coragem pro beijo lá fora, sentado na "mureta" perto da piscina. E o estandarte? E a entrada do bloco? Chama todo mundo!!

Queria ver, hoje, o bloco dos barrigudinhos. Deu pra notar que tô com trauma. É claro que ainda deve ter os saradinhos de plantão lá pelos seus 39, 40. Eu, particularmente, tenho lutado contra a minha barriguinha hereditária. Corrida dia sim, dia não. Um dia sim, sempre acaba caindo nesses finais de semana na praia. Daí a gente vê aquela galera linda e sarada. E a corrida fica mais puxada e válida. Não posso relaxar, não posso relaxar! Cinco quilômetros até a estrada do mar. O ipod dá o ritmo e a lembrança de algumas casas e quadras por onde passo, faz o suor escorrer mais ainda e a trilha, que por acaso pode encaixar um B 52.

No percurso, vejo a casa do Fabiano. Daquelas com um terreno ao lado, só pra uma quadrinha de vôlei ou futebol. Olha a casa da Gabi! onde o jogo do copo "comia" nas madrugadas, e fazia a caloi cross sair tinindo na madrugada sem olhar pra trás, desconfiado com algum barulho suspeito. Olha o apartamento da Flávia! Onde quase todas as tardes eu gritava na janela pra irmos pro vôlei. E quem sempre abria a persiana era o "tio João", pai dela, com cara de sono. Olha a casa do Morango, da Leila, do Salsicha, do Andrezinho, do Gordo, da Lari, da Dida, da.....

Já são quase 11 horas da noite de domingo em Atlântida. Eu, Letícia e Laura, uma jovem família "barrigudinha", se prepara para pegar a freeway lotada. Laura, que já tem sete anos, dorme pra acordar na segunda-feira em Porto Alegre, de férias. Que Deus nos acompanhe em mais uma estrada lotada cheia de jovens ex-amigos-pançudos. Mudou muita coisa e nada mudou.


12 de fev. de 2009

UM BANHO DE CIVILIZAÇÃO

A Revista Veja Rio publicou 
uma matéria bastante educativa 
e oportuna sobre algumas 
regrinhas básicas para veranistas 
em geral. Fizemos um resumo 
adaptado as nossas "restingas".

- Praia não é terra de ninguém e muito menos a extensão da sua casa.

- Use o bom senso. Cangas gigantes em praias lotadas podem ser consideradas "latifúndios".

- Tente não pisar nas toalhas ou pertences dos outros ao sair para dar um mergulho.

- Evite a aplicação de produtos de odor forte, como clareadores de pelos. Sessões a céu aberto de limpeza de pele ou extração de pelos com pinças também não condizem com a boa etiqueta. 

- Se você vai a praia de carro ( e isso serve para nós, futuros moradores de condomínios afastados da praia), estacione de forma coerente e respeite os sinais de trânsito. Se é que eles existem na nossa avenida beira-mar.

- O calor naturalmente agita as crianças e isso faz o volume de voz e gritos passar do normal. Imponha limites em espaços públicos e não as deixe fora do seu alcance.

- Cachorros, nem com coleiras, focinheiras, nem bonitinhos, nem cheirosinhos, nem dentro das bolsas de praia. E tenha pena dos bichanos também. Eles mesmos também são afetados ao serem levados para a areia.

- Frescobol ou qualquer outro jogo na beira da praia deve ser jogado em horários de baixíssimo movimento e de preferência distante das circulação dos banhistas.

- Gosto musical é extremamente pessoal. Não obrigue os veranistas a ouvirem as suas músicas preferidas na beira da praia. Aparelhos de som, tanto para fins pessoais como para comerciais, são extremamente proibidos e contra-indicados na areia.

- Peça para alguém dar uma olhadinha nas suas coisas enquanto dá um mergulho. Isso é um sinal de entrosamento e pode até ser pretexto para uma paquera. Mas volte logo por favor. Ninguém é obrigado a ficar cuidando eternamente das suas havaianas e dos seus óculos.

- Botes, lanchas e jet skis só podem circular a uma distância mínima de 200 metros da areia. Se por algum motivo precisar se aproximar da terra, a embarcação deverá se mover em uma linha perpendicular à praia, em velocidade inferior a 3 nós (o equivalente a 5,5 quilômetros por hora). 

- Quanto ao surfe, não existem restrições para a prática do esporte, salvo as do bom senso. Certos pontos propícios para a modalidade costumam ficar apinhados de gente deslizando nas ondas.

- Recolha sempre o seu lixo, por menor que ele seja. Lixinhos formam um lixão. A extensa faixa entre a calçada e o mar não é desculpa para deixar ponta de cigarro, palito de picolé, copo de plástico ou latinha para trás. Jamais deposite o lixo na areia – nem use a esperteza de enterrá-lo, pois contamina o solo do mesmo jeito. A solução é simples: leve um saquinho para recolher seus detritos. Depois, com o saquinho na mão, faça o óbvio: jogue o lixo no lixo.

- Nada mais gostoso do que emendar a praia com um almoço tardio ou um
chope no fim da tarde, de saída-de-praia, camiseta, bermuda e chinelo. Porém, por mais descontraído que seja o estabelecimento, é preciso seguir o bê-á- da convivência. O que ocorre com mais frequência é o homem chegar sem camisa, e não é por estar na praia que liberou geral. Mesmo em barzinhos para lá de despojados, procure se secar com alguma antecedência para não sentar-se à mesa com a roupa molhada. Livre-se do excesso de areia antes de ingressar nos recintos, mas faça isso na própria praia.


11 de fev. de 2009

CHUVEIRO DOS FUNDOS

Qualquer casa de praia pede um 
chuveiro pra tirar aquela areia que 
não desgruda ou aquele calor 
que tomou conta do corpo.

A Revista Casa&Jardim de fevereiro publicou uma materia bastante original sobre chuveiros de verão. Aqueles que quase sempre ficam nos fundos ou em algum lugar antes de entrar em casa cheio de areia. Com um título bem sugestivo de "Chuveirada boa", a revista mostra que o chuveirão deixou de ficar no anonimato para mostrar estilo e design em áreas externas. Desde páteos de casas com piscinas até coberturas de apartamentos, os modelos são ótimas idéias para grandes ou pequenos "backyards".




10 de fev. de 2009





FALTA MUITO PAI?

A cada comentário sobre o Pacific, Laura ,minha filha, se manifesta perguntando se falta muito para arrumarmos as malas e entrarmos triunfantes por aquele lindo pórtico. "Pai, porque o pórtico tá pronto e a nossa casa ainda nem começou?" Parece aquela pergunta de viagens longas que toda criança faz: falta muito pai?

Laura tem sete anos. Em 2009 , vai para a segunda série. Mas só vai correr pelas quadras, andar de bicicleta pelas ruas e murchar na piscina quando estiver na terceira série . Só vai ser a "pretinha" da casa 139 quando já estiver resolvendo muito bem as equações matemáticas e as interpretações de texto.

A vida vem mesmo em etapas. É marcada por fases, amizades, conquistas, detalhes. Lembro bem de quando ia com meus pais, por alguns seguidos verões, para Rainha do Mar. Frequentávamos a Colônia de Férias do Banrisul, onde passamos verdadeiros "veraneios" , que naquela época duravam de dois a três meses.

Uma nostalgia tão viva que chego a sentir o cheiro dos quindins vendidos em caixas de camisa, dos "pux ee -pux eee ê" gritados pelos meninos de bicicleta, das planondas de isopor, da sineta que chamava para o almoço, das enormes roscas fritas servidas nas tardes de chuva no bar, da sala de cinema, das mesas de pingue pongue... Tudo remete a um verão de muita simplicidade.

Se compararmos ao que, felizmente, podemos dar para nossos filhos hoje, a mudança é muito grande. A Laura espera a chegada de um sobradinho de "dois quartos e meio" e uma infra-estrutura de "resort". Eu ficava faceiro da vida em dormir num beliche dividido com meu irmão mais velho, num apartamentinho tipo hotel duas estrelas. Era um luxo. Mas me convenço que a "evolução" da humanidade tem dessas coisas. Não podemos pensar que nossos filhos devam viver ou passar pelas mesmas experiências que passamos em nossas épocas. Cabe a nós, manter a percepção dos valores de humildade, respeito e das coisas simples da vida. Num mundo bem mais truculento, já é um começo.

Voltando a "Rainha", que quase nada mudou, cada segundo naquele lugar tem muito cheiro de praia. Sabe aquele cheiro que começamos a sentir quando a estrada do mar se aproxima? Na época, íamos pela Interpraias, que ficava muito mais perto da praia que a estrada atual. Tão mais perto que o asfalto era constantemente invadido pela areia das dunas atravessando a estrada de um lado ao outro. Esse "cheiro" durava pouco. Quando terminava o "veraneio", todos voltavam para as suas casas em outras cidades. E não trocávamos emails. Trocávamos cartas durante o inverno. E se déssemos sorte de repetir Rainha, o próximo verão esquentava a amizade novamente, naquele imenso campo de futebol do tamanho de uma quadra, atrás da "Colônia".

É tarde da noite de domingo. Agora a Letícia grita da sala: amor, falta muito? Sim, respondo. Tô acabando um texto para o blog. Lê amanhã e me diz se não sentiu um cheirinho de mar. Mesmo que os teus verões tenham sido mais para o norte, em Torres, ou de Brasília (carro) para o Brasil acima com teus "ricos" pais.

Com tudo isso, queremos mais é que a Laura um dia conte que Xangri-lá era "tudo". Que encontrou uma amigo na faculdade "dos tempos do Pacific". Se isso acontecer, eu e a Letícia vamos nos olhar, sorrir e pensar igualzinho: que sensação de dever cumprido.

Que o Pacific seja sinônimo de nostalgia, lá por... 2025.


9 de fev. de 2009


AS FÉRIAS COM AMIGUINHOS TAMBÉM VIRÃO

No caderno Meu Filho da Zero Hora 
de hoje (09/02/09), vale ler uma 
matéria de capa sobre como lidar 
com "pequenos hóspedes" de verão. 

Em nome de uma convivência feliz

- Como a casa de praia nem sempre tem a mesma estrutura da casa da cidade, algumas adaptações são necessárias. Se não houver máquina de lavar, mande mudas extras de roupa e uma toalha de banho a mais na mala.

- Procure saber os hábitos da família que vai receber seu filho para poder aconselhá-lo. Acordar tarde demais em uma casa em que todos levantam cedo ou submeter uma criança sedentária a uma alta intensidade de exercícios físicos pode se tornar um problema.

- Mesmo que a família se responsabilize pelos custos da viagem, mande algum dinheiro com a criança. Despesas extras com sorvete, álbum de figurinhas e revistas não são responsabilidade deles.

- Uma semana é o tempo médio para esse tipo de convívio intenso. Passar o dia todo juntos em períodos muito longos pode dar origem a possíveis desavenças entre as crianças.

- Crianças que já dormiram na casa uma da outra na cidade, durante um fim de semana, terão mais facilidade – e mais intimidade – para dividir alguns dias de suas férias.


Publicado em Zero Hora de 9 de fevereiro de 2009.


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